Olá , sou o Carlos Leite Ribeiro !
Talvez se interessem em saber algumas coisinhas de mim, como por exemplo do que eu mais gosto. Então .
MEUS HOBBYS PREFERIDOS: 
- Escrever sobre qualquer tema.
- Ler qualquer tema. 
- Ouvir música latina (gosto muito da música brasileira !). 
- Conviver com amigas. 
- Fazer longos percurso pedestres (sempre mais de 10 Km). 
- Passeios românticos à beira mar.
O QUE MAIS ADMIRO: 
- DEUS !. 
- A mulher - uma maravilhosa obra de Deus !. 
- O pôr do SOL. 
- O Mar (oceânico). 
- Uma paisagem campestre.
O QUE MAIS GOSTO DE COMER: 
- Cozido à portuguesa. 
- Arroz de marisco. 
- Bacalhau à "Gomes de Sá". 
- Ensopado de borrego. 
- Qualquer tipo de churrasco.
DOCES: 
Sou terrivelmente guloso ! mas gosto muito de: - 
Doce de ovos com amêndoa. 
- Doce de gila. 
- Barriguinha de freira. 
- Geleia de maçã.
FRUTA:
Gosto de toda a qualidade, mas em especial: 
- Morangos. - Maçãs. - Pêras. - Melão
VINHOS PREFEREIDOS: 
Só às refeições: - Se for peixe: vinho branco fresco. 
- Se for carne: vinho tinto com temperatura normal.
Bebidas sociais: 
- Whisky velho. - Porto fresco - Brandy com o copo aquecido.
PEQUENO ALMOÇO PREFERIDO: 
- Fibras e flocos de aveia com leite.
DESPORTO: 
Gosto de ver: - Futebol (principalmente quando o meu clube, o Sporting, ganha.
- Andebol de Sete. 
- Atletismo (preferência para as provas de fundo). 
- Basquetebol. 
- Futebol de salão.
COMO ME VISTO: 
- Normalmente ando vestido de jeans, camisa e camisolão, e ténis. 
- Em ocasiões especiais também sei pôr gravata, casaco sempre de cor diferente das calças e sapatos a condizer.
PERFUME: 
- o que mais aprecio é o "KOUROS" e o "BRUTS".
PASSEIO DOS MEUS SONHOS: 
- Um longo cruzeiro ao Mediterrâneo no "barco do Amor". 
- Um passeio pelo "calçadão" de Copacabana até ao Leblon...
PASSEIO QUE GOSTO MAIS DE DAR: 
- SINTRA ! 
A MAIS BELA, A FORMIDÁVEL, ESTUPENDA, MARAVILHOSA SERRA ! 
PRECISAM DE ALGUM GUIA ?...

 

 

A Árvore

Carlos Leite Ribeiro


Eu sou uma árvore, e já há muito tempo.
Embora já não seja nova nem a mesma de alguns anos atrás, sou feliz. Até muito mais feliz que então !
Todos os dias vivo um dia diferente. À minha frente nunca passam duas pessoas completamente iguais. As pessoas são como nós, todas diferentes umas das outras.
Vejo todos os dias caras diferentes, de pessoas novas, menos jovens e velhas - e sou feliz !
E, para quem diz "Quem vê caras não vê corações" o mundo para ela encontra-se metido entre quatro paredes, pois não podem ver outros olhos com toda a sua profundidade, e então, necessariamente, não podem ver nenhum coração ...
Há pedaços de mim que se multiplicam, mas eu não crescerei muito mais.
O meu mundo e o meu espaço será sempre este para sempre.
Por vezes alguém passa por mim e risca-me ou tira um pedaço de casca ...
Áh ... no outro dia, um par de namorados rabiscou na minha casca um par de coraçõeszinhos, atravessados por uma flecha (a flecha do Cúpido ...). Achei tanta graça que até tive vontade de os chamar e de lhes desejar muitas felicidades e um brilhante futuro.
Mas, também já têm feito chichi contra mim e até outras coisas ... mas são presentes que eu dispenso muito bem !
Posso não Ter estômago, intestinos, pernas, braços ou cara, mas tenho coração, que é só meu !
Podem rirem-se, uma árvore com coração, mas é real ...
Vou contar-vos um grande segredo: todas as noites, quando a Lua aparece e faz estremecer os corações mais frígidos e que envolve com o seu luar os corações mais apaixonados pelos cantos mais escuros, eu arranjo-me, componho muito bem os meus ramos e, vou ter com o meu namorado . chiuuu, porque isto é segredo ! 
E lá ficamos os dois muito entrelaçados um no outro, trocando olhares, carícias e carinhos, alimentando um amor que eu considero platónico.
Depois, volto para o meu lugar, fecho as pálpebras, mesmo sem ter olhos para fechar. E faço hó-hó .


Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande - Portugal





Um Banco de Jardim  

Carlos Leite Ribeiro

O "Tio Paulo", como em todos os dias que o tempo lhe permitia, encontrava-se sentado no seu habitual banco de jardim, a ler o jornal ...
"Óh homenzinho, chegue-se um pouco para lá, para eu me poder sentar...".
O "Tio Paulo", muito surpreendido, olhou para uma jovem que estava na sua frente e pretendia partilhar consigo aquele banco de jardim.
"É para já, menina ... menina quê .?".
"O meu nome é Antonieta" - respondeu-lhe a jovem desembaraçadamente, e continuou: 
"olhe lá homenzinho, você por acaso não sabe de ninguém que precise de uma empregada ?..."
O "Tio Paulo" voltou a encarar aquela jovem de modos e de expressões descontraídas. Já meio divertido, respondeu-lhe : "Olhe lá menina, ou não sou nenhum homenzinho - ouviu ? ..."
-Áh não ?! . pois olhe que eu estava convencida que era !...".
Pelos vistos, a resposta fácil estava sempre na ponta da língua da jovem !
"O meu nome é Paulo, mas também me chamam "tio"..."
"E ele a dar-lhe ! olhe, se você é "tio" eu não sou sua sobrinha - ouviu ?!...".
Pela máscara facial, Antonieta notou que o velhote não tinha ficado nada agradado por aquilo que ela lhe tinha dito. Para suavizar a situação, a jovem perguntou ao "tio Paulo" :
"Senhor Paulo, quer comer da minha merenda ? ... é chouriço e queijo que me mandaram lá da minha terra, no Minho ...".
"Muito obrigado, menina Antonieta. Que lhe faça bom proveito !".
E já mais bem disposto, o "Tio Paulo" continuou: "A propósito, a Antonieta não tem emprego ?"
A jovem encarou o bondoso velhote e, com tristeza respondeu-lhe : " Presentemente não. Vim do Minho para trabalhar numa casa, mas o patrão era muito abusador. Mais parecia um polvo do que um homem. Chateei-me e dei-lhe uma "toutiçada" na cabeça e com uma mocada, deitei-lhe uma asa abaixo. Resultado, fui despedida ...".
O "Tio Paulo" começou também a viver o drama da jovem.
"Olhe lá, Antonieta, então você não tem casa onde ficar enquanto não conseguir arranjar outro emprego ? ...".
"Pois não tenho. Esta noite terei que ficar a dormir neste banco" - disse-lhe a jovem.
O ancião olhou para ela horrorizado, e avisou-a: "Tenha juízo, menina, pois é muito perigoso ficar aqui sozinha de noite !...".
"Eu não tenho medo e além disso, sei defender-me !" - atalhou logo a jovem.
Mas o "Tio Paulo" não se deu por vencido e continuou: " Antonieta, eu moro sozinho, sou viúvo e os meus filhos estão casados e não moram cá. Se quiser podia ir viver para minha casa .".
Não pode terminar a frase, pois logo a jovem retorquiu-lhe: "Mas você pensa que eu queria ir viver para sua casa ?! ... você deve estar a pensar que eu sou ...".
Ao ouvir isto, o bom velhote "atirou-se" ao ar ... "Olhe, que eu não estou a pensar em ser um "polvo" como você diz que era o seu antigo patrão. Ofereço-lhe a minha casa, em troca de ... de, por exemplo, de você arrumar a minha casa e de passar-me a roupa a ferro - valeu ?! ...".
A jovem hesitou, mas por fim acedeu ao amável convite do bom velhote : "Está bem, aceito. Mas o "Tio Paulo" terá de tomar banho todos os dias, pois esses pés .(que cheiro !...) e tem de deixar andar agarrado a essa bengala..."
E lá foram os dois. Curiosamente, o "Tio Paulo" já não se apoiou na bengala para poder andar .

Carlos Leite Ribeiro - Marinha Grande – Portugal

 

A Maçã

Carlos Leite Ribeiro


E eu aqui metida nesta ambulância, cheia de dores.
Nunca mais chegamos ao hospital ! e tudo começou por causa de uma maçã !...
Era eu pequenita e andava na escola primária, e, no trajecto de regresso à minha pobre casa, passava sempre pela frutaria do pai do Artur.
Naquele dia, num dos expositores que ficavam em cima do passeio, estavam em exposição uma belas e lustrosas maçãs. Os meus pais eram pobres e eu já há muito que não comia fruta.
Parei extasiada a admirar as maçãs. Tive a tentação de roubar uma, mas hesitei. Foi quando atrás de mim apareceu o Artur, que me disse:
"Ana, estas maçãs devem ser muito saborosas !...".
"Sim ! devem ser uma delícia, Artur ..." - respondi eu ao meu colega de escola.
"Porque não compras uma ?!" - perguntou-me o Artur.
"Olha, porque não tenho dinheiro. Bem sabes que os meus pais são muito pobres" - disse-lhe já quando me afastava.
No outro dia, na hora do recreio, o Artur abeirou-se de mim, e, timidamente, entregou-me um saco de papel, dizendo:
"Toma, isto é para ti, Ana".
Curiosamente, rasguei o saco e, lá dentro estava uma bela e lustrosa maçã !
As lágrimas saltaram-me e tive vontade de o abraçar. 
Mas o Artur já se tinha retirado .
Durante anos, o Artur sempre me presenteou com saquinhos de papel, tendo lá dentro sempre uma maçã.
E, por causa da maçã, um belo dia casámos; e, também por causa da maçã, vou aqui dentro desta ambulância a caminho do hospital, onde conto dar à luz o nosso primeiro filho.
Uma maçã dada pela Eva, dizem que atrapalhou o Adão; e uma mação dada pelo Artur, está a atrapalhar-me e dar-me muitas dores.
Mas dentro em pouco o fruto do nosso grande amor nascerá, e, tudo voltará à normalidade.
E tudo isto por causa de uma maçã !!!


CARLOS LEITE RIBEIRO 

 Marinha Grande - Portugal

 

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