Meu nome é António Ferreira, escrevo actualmente com o pseudónimo de António Zumaia.

Nasci em 15 de maio de 1939 no Estoril - Portugal

Fui durante a minha vida activa um cidadão do mundo, situando-me mais frequentemente no meu Estoril, depois em Almada, de seguida Angola e acabei por fixar residência na cidade de Sines. Conheço bem a África e a Europa mercê do meu trabalho como Técnico de Manutenção Industrial. 

Curiosamente acabei como comecei, nas letras… Assim nos meus anos de menino tive um sonho… Escrever! Tal não foi possível concretizar, porque a polícia política do meu país não o permitiu.

Hoje livre, tanto quanto se pode ser, escrevo os meus Poemas e Contos que coexistiram comigo durante tantos anos sufocados pela vida que me foi imposta. 

 



 


Doce amor
António Zumaia

Espero por ti, doce amor da minha vida.
Mas o tempo de cruel, por nós vai passando…
É rosa numa cruz, em devoção rezando,
sem um bálsamo, que nos cure essa ferida.

Esperarei por toda a vida em sofrimento,
que um dia nos meus braços, vivamos o sonho;
Que rezo e canto e num altar deponho,
essa tua ausência que será… meu lamento.

E jogo a vida… no mais cruel desatino.
Vem mulher, os teus seios eu quero beijar;
Teu divino corpo em oração adentrar…
Cumprindo assim… aquele que é nosso destino.

Cruel tempo que a bela rosa envelhece;
Escorre como areia rasgando na mão…
Que escreve o poema e vive a ilusão,
mas esse belo amor… jamais ele o esquece.

Sines - Portugal
 



 


Basta…
António Zumaia

É o meu povo que grita, 
nesta luta desigual…
Na pequenez a desdita, 
de ser tratado tão mal.

Basta…

Luxúria dos governantes,
à pobreza deste povo;
Essas promessas sonantes,
sonhou-se num homem novo.

Basta…

O Luso peito diz basta,
não quer mais, ser enganado;
Pois a verdade o afasta, 
do seu ideal sonhado.

Basta…

Digo basta… e grito eu,
com fome envergonhado…
Apenas quero o que é meu
e me está a ser roubado.

Basta…

Vossos erros o povo paga…
Os ricos dão o que sobra;
Os pobres é triste saga, 
o que o estado lhes cobra.

Basta…

Há fome em Portugal
e a miséria também…
Não vêem que fazem mal,
tirar o que o povo tem?

Basta…

Políticos… nobre casta, 
de golpes enriquecidos.
Chegou a hora… já basta,
de estar-mos adormecidos.

Basta…

Grita o meu Portugal,
peito sempre nobre e puro,
não roubem mais, porque é mal
e destrói nosso futuro…

Basta…

De escolas a acabar…
De crianças desvalidas…
Sem futuro para sonhar…
Doentes, mal são paridas.

Basta…

Basta é o meu grito agora,
não tirem o que nós temos.
Olhem… chegou a hora, 
desta verdade saber-mos.

Basta…

Sou o velho do RESTELO,
tenho pulmões para gritar;
O branco do meu cabelo,
diz-me… Não vai continuar…

Sines - Portugal
 



 


Meus ausentes…
António Zumaia

Onde esqueço minhas dores, meus amores…
Tudo que na minha vida passou;
Criei um cemitério com as flores
e a mente, se não gostou… sepultou.

Se alguém me ofende… eu dou-lhe flores.
Enfeito o esquife e faço o funeral;
Esqueço e não quero os seus favores.
A dez palmos de terra, fica o mal…

Se foi amor que partiu… dou-lhe flores.
Faço o cântico plangente de dor.
Choro lágrimas de todos amores
e na sua campa… coloco a flor.

Se é amigo que traiu… dou-lhe flores.
Quero rezar-lhe no esquecimento;
Pois o pior de todos os traidores,
é quem foi amado, no pensamento…

A todos inimigos… dou-lhe flores.
Que descansem em beleza e refrigério.
Que Deus os livre de todas as dores,
mas já são donos… do meu cemitério.

Sines - Portugal

 

 

 

 

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