


Renate Emanuele, artista plástica,
professora de artes, nascida em 21/12/44. Divorciada... Três filhas, cinco
netos...Está aprendendo a arte de escrever poesias a mais ou menos 4 anos.
Trabalha em um conceituado Hospital de São Paulo onde reside com a filha caçula,
ainda solteira, Faz terapia ocupacional com a terceira idade, na geriatria do
Hospital lecionando pintura em tela e tecido, também leciona para os funcionários
deste hospital. Trabalha também na recepção desta geriatria. Tem seu
atelier próprio daí o nome atelier Baron, que é seu sobrenome
onde ministra aulas particulares de pintura óleo sobre tela.

Colorindo Meu Mundo
Renate Emanuele
Vou pincelando minha vida com amor
Nas cores preferidas de meu coração
Tinta à óleo que pinto com a emoção
Com azul pinto o céu de meu Senhor
Com os amarelos pinto minha alegria
São cores emocionantes e divertidas
São também minhas cores preferidas
Convivo com os amarelos noite e dia
O branco é a paz que eu mesma faço
Que é o que mais acredito nesta vida
O viver bem com todos e ser querida
Pois o mundo é apenas meu pedaço
As cores do arco-íris são pigmentos
Que passeiam tingindo minha ilusão
Todas as cores unidas num corrimão
Pelo infinito dos meus sentimentos
Na fantasia de todas estas mil cores
Na tela da vida o pincel mais desliza
Pintando o orvalho e também a brisa
Também colorindo o jardim de flores
Com pontinhos brilhantes cor de prata
Pinto estrelinhas de luz num céu azul
Em diversos tons verde de norte a sul
Vou colorindo a tela com nossa mata
Com preto mágico inserido no pincel
Entre as lágrimas de emoção e amor
Inspirações poéticas vertidas com cor
Vou borrando poesias no alvo papel

Aliança
Renate Emanuele
Uma foto na moldura da estante
Na lareira uma chama acanhada
Noite fria, linda noite enluarada
Belo cenário a qualquer amante
Perfume que envolve o quarto
É o mesmo perfume do jardim
No alpendre, debruça o jasmim
Das lembranças que ainda trato
Na poesia contemplo meu enfado
Os versos a companhia para a solidão
A saudade que agora habita o coração
Insinua o cansaço no cabelo prateado
Suave música misturada ao pranto
Toalha de renda enfeitando a mesa
Com os óculos, o terço para a reza
Uma cadeira vazia no outro canto
A lágrima seca brotada do medo
Dois travesseiros, uma cabeça
E para que eu nunca o esqueça
A aliança junto à minha no dedo

Rodopio do Amor
Renate Emanuele
Um arranjo de margaridas no aparador
Enfeitava com graça um imenso salão
Belo vestido de rendas, brocado azulão
Na lapela do preto smoking a bela flor
Ao brilho suave das lamparinas multicolores
Sentíamos o bater compassado do coração
Em rodopiando ao som desta doce canção
Provamos intensamente reais esplendores
Perfume, extravagância geravam o torpor
Em meio ao decote, o bailar da leve mão
Buscávamos na sensualidade da ocasião
Nos beijos sentindo do outro todo sabor
Completava a felicidade o nosso amor
Enquanto mentes em copiosa tentação
Bailavam também com grande emoção
Nossos corpos deslizavam sem pudor

Só Recordação
Renate Emanuele
Lembranças que guardo desde a mocidade
Meu primeiro baile, o vestido rosa bordado
Meu primeiro beijo, meu primeiro namorado
Lindos sonhos coloridos gerando felicidade
Depois veio o noivado, a troca de alianças
Ao som da valsa eu rodopiava com alegria
E a nova etapa na nossa vida, um novo dia
Com o matrimônio as nossas esperanças
Veio então o casamento, muitos presentes
Nossa felicidade foi no enlace redobrada
E em uma bela noite quente e enluarada
As nossas bodas festejamos sorridentes
Fizemos de nossa casa um lar, doce lar
E os filhos vieram para a nossa alegria
E assim formamos toda a nossa família
Nossa descendência para juntos amar
Uma vida inteira de amor e felicidade
Nos dois unidos, em um só coração
Porém tudo pertence à recordação
Agora resta somente a doce saudade
Os filhos cada um procurou seu caminho
E a solidão tomou conta de minha vida
Sua morte deixou em minha vida a sina
E agora resta apenas eu neste ninho

Além do Amor Material
Renate Emanuele
Hoje, como todos os dias uma visita
Algumas flores oferece com seu amor
Suas mãos transmitem todo seu calor
Um doce beijo em seu rosto deposita
Destas coisas que a vida nos apronta
Seu rosto amado ela não o reconhece
Sua frágil mente se agita, mas esquece
Sentada em um sofá nem se dá conta
Deusa da beleza um dia a musa eleita
Uma linda mulher pelo homem amada
Que neste asilo a muito vive internada
Com a morte que sua débil vida espreita
Mas ainda existe ele que ama dobrado
Não importa ser por ela ali percebido
Sabe que um dia este amor fora vivido
Na eternidade esse amor será cobrado
E se eu pudesse colher o melhor gosto
Certamente colheria da mulher a ciência
Quando em um instante de consciência
Uma lágrima lhe correu em seu rosto
Do homem colheria seu sorriso acanhado
Que percebeu na amada sua lembrança
Onde mesmo sem ter, teve a esperança
De poder dizer o quanto a tinha amado
atelierbaron@uol.com.br


|