Biografia de Leo Gargi.

Nasci em 11 de outubro de 1960, na capital de São Paulo. Sou casado há 29 anos com Fátima e temos dois filhos maravilhosos.
Trilhava tranquilamente minha estrada até que um infarto fez-me capotar, no quilômetro 38, numa das muitas curvas que a vida apresenta. Segui, vagarosamente, por um caminho desconhecido e incerto até ao quilômetro 44, quando tomei o atalho que me levou à Faculdade de Letras.
Aspirei, um dia, a encantar alunos para formar cidadãos. Doce ilusão...
Hoje, sigo garimpando semantemas, morfemas e outros seres curiosos de nossa língua; misturando tudo e sorvendo, deliciosamente, o produto dessa miscelânea.
Eventualmente, lapido as letras e encadeio as palavras em textos alheios, sem arranhar a alma das bonitas histórias que os autores arquitetam.
Dessa forma vou guardando distância segura da “vida inteira que poderia ter sido e que não foi”.



 


Acróstico

Leo Gargi

Mania de muito sonetar,
Acrosticar agora alento.
Recomeço, o lento poetar.
Inspiração? A traz o vento.
Atenta para o que componho.

Falas de feijão e sonho.
Assunta o que proponho:
Tratemos agora de namorar,
Inda a felicidade alcançar.
Mormente agora...ninho vazio,
Ainda que num voo tardio.

Fazer planos é bom,
Enfeitá-los também.
Realizar é sublime.
No travesseiro não basta.
Antes que desanimes,
Não permitas que a madrasta
Da rotina do dia a dia
Esvaeça teus devaneios.
Somemos nossos anseios.

Porém, ainda a bela farda.
Encara. Nunca como fardo;
Rompe o ciclo profundo,
Ordena a marcha atrevida.
Nesse quartel, já o segundo,
Inventa e tenta a nova vida.

Grande é esse mundo...passageiro.
Antanho plantamos feijão,
Regamos as plantas desde o cueiro,
Guardamos por tempos a diversão.
Inunda, agora, de sonhos teu coração.



 


Canção do Exiludido

Leo Gargi

Minha terra tem um congresso,
Onde vive o parlamentar;
O dinheiro que falta aqui,
Lá nós vamos encontrar.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas, eleitores,
Nossos bosques têm mais vida?
Nossas vidas, dissabores.

Em cismar sozinho à noite,
Mais não sei em quem votar;
Meu país tem um congresso,
Onde vive o parlamentar.

Minha terra tem eleitores ,
Diferentes dos de cá;
Pergunto-me, sozinho à noite,
Quem botou o Homem lá?
Minha terra tem um congresso,
Onde vive o parlamentar.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu vote pra mudar;
Sem que eu ache os eleitores
Que querem a Mulher lá;
Sem ver limpo o congresso,
Onde vive o parlamentar.
 



 


Inspiração

Leo Gargi

O que te inspira, poeta?
Minha amiga do peito.
Por que não a deleta?
Em seus afagos, deleito.

Sobre ela escrevo;
Desrespeito a métrica.
Por ela, temeroso enlevo,
Pois muitas vezes é tétrica.

Oculto o nome. Omito.
Diz-se proibido. Imagina!
Nenhures está escrito.

Persigo, em vão, a rima rica.
Algures, sincopei o mito.
Destarte, inominado fica.


 

 

Voar.

Leo Gargi

Neste ano escrevi
Sobre aquilo que vivo
Viram tristeza ali...
Não! Alegria cultivo

Amigos perdi para o Céu
Foram jogar noutro time
Sim, cumpriram seu papel
Mas isso, muito me oprime

De todos os que ficaram
Muitos à alma encantam
Alguns... decepcionaram
Amizade antiga, espantam

Neste ano a Estrela brilhou
Teimei, insisti no navegar
Por vezes o brilho amainou
Mas a águia tornou a voar

Ano que vem, assim será:
A Estrela vai brilhar;
O Barco navegar;
A Águia, bem alto, voar.


Desejo a todos vocês, amigos de verdade, um natal maravilhoso.
Que 2011 brilhe intensamente em nossos corações.

Leo Gargi

Dezembro/2010



 

 

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