Lembranças do Sul 

Valeriano Luiz da Silva

À noite ao deitar cobria os piás com carinho 
Bá, tchê, era de amargar aquele triste friozinho, 
Ao romper da aurora tudo estava congelado 
Até sabão e detergente ficavam empedrados 
E pra levantar então, precisava muito esforço, 
O frio era demais e a gente acordava indisposto 
Após levantar tinha que bem se agasalhar 
Enfrentar a neve na rua e ir trabalhar 
Coisa linda quando estava ao lado da minha mesa 
Trabalhava e contemplava lá fora a neve que beleza 
Era no tempo da velha máquina usada pra escrever 
Mesmo colocando luva a mão começava a doer 
Recorria uma estufa pra poder me aquecer 
Só assim eu conseguia meu trabalho desenvolver 
Lembro de uma viagem pra cidade de Vacaria 
Caiu tanto gelo no carro cobrindo toda lataria 
Pra sair à noite tinha que usar fatiota 
Não esqueço do lenço no pescoço e também das lindas botas
O som da gaita pra todo o lado e o cheiro da carne assada 
A noite a alegria do gaúcho era a dança do fandango tão falada Passeando pelos pampas era linda a gadaria 
Passando pelo gaúcho na cidade ele diz: "daí tchê" todos os dias 
É bom lembrar do gaúcho camponês vestindo seus lindos ponchos 
E do vaqueiro com seu gado fazendo seu reponte 
Tive que bater a linda plumagem e despedi - me de Caxias 
Onde italianos e alemães vivem em completa harmonia 
Tomando chimarrão fazendo festa todo dia 
Caxias do Sul pedaço da Europa onde já morei um dia. 

Valeriano Luiz da Silva - 27/05/04 


Lembrando da baixa temperatura de Caxias do Sul - RS Onde já residiu. 

Valeriano Luiz da Silva
Anápolis-Go 

 

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